Este livro conta a história da mulher que, vendo um viajante negro, salvo do Dilúvio Universal na arca de Noé, se oferece a ele como esposa. Ela se chama África, e não sabe que está se juntando a um marido amaldiçoado. É essa mesma mulher, dama estropiada, que narra a Deus o seu martírio, enquanto o compara aos privilégios de suas irmãs Europa e Ásia. E é também ela que acusa - a América, irmã traidora, condor que transformara-se em abutre, se nutre de seu sangue. No fim do livro, um glossário explica o significado de algumas palavras do texto, buscando deixá-lo um pouco mais próximo dos leitores.
_x005F_x005F_x005F_x000D_Características
O ESCRITOR
Conhecido como “Poeta dos Escravos”, Antônio Frederico de Castro Alves nasceu em 1847, na Bahia. Foi a figura literária mais expressiva do condoreirismo, a terceira fase do romantismo brasileiro, cujo foco eram as causas sociais, principalmente a abolicionista e a republicana. Morreu jovem, com apenas 24 anos, debilitado pela tuberculose e por um acidente. Mas foi tempo suficiente para que escrevesse alguns dos textos nacionais mais belos em favor da liberdade e da justiça. Além do poema “Vozes d’África”, é autor de obras como “O navio negreiro” e Espumas flutuantes, seu único livro publicado em vida.
O ILUSTRADOR
O artista plástico André Côrtes é o autor das aquarelas de abertura da série Ó pai, ó!, da Rede Globo. Participa de um projeto de arte-educação na comunidade quilombola Campinho da Independência, em Paraty, e ganhou o prêmio “Interações Estéticas 2009”, da Funarte, para realizar residência artística na comunidade da Serrinha, em Madureira, acompanhando o grupo de Jongo. É professor de desenho da PUC-Rio.